“Guerra Civil” expõe a importância e responsabilidade do jornalismo
- Alan Alves
- 13 de mai. de 2024
- 2 min de leitura

Guerra Civil é o novo filme do diretor e roteirista Alex Garland. O longa conta sobre um futuro não muito distante em que uma guerra civil estoura nos Estados Unidos, o público é guiado por um cenário violento e até mesmo visceral, através do olhar de um grupo de jornalistas, que percorrem o país cobrindo o conflito. Os espectadores acompanham a fotojornalista Lee Smith (Kirsten Dunst), junto de seu parceiro de trabalho Joel (Wagner Moura) e Jessie (Cailee Spaeny), uma aspirante a fotojornalista. A trama dá foco nas consequências da guerra e a forma como ela destrói a vida das pessoas, Lee já fotografou diversos conflitos e está visivelmente cansada desse ciclo de violência, ao passo que perde a fé em seu trabalho aos poucos. O longa ainda está em cartaz nos cinemas brasileiros, mas não há uma data exata para seu lançamento no streaming.
A importância do jornalismo

De forma básica e clara, a visão mais comum sobre o jornalismo é a de informar a sociedade. Sendo uma afirmativa correta, visto que o acesso à informação é um direito fundamental do cidadão, de forma que os jornalistas devem garantir que esse acesso não seja impedido por nenhum outro interesse, assim como devem divulgar informações de interesse público para a sociedade. No longa, a imprensa continua funcionando, garantindo que os cidadãos possam se manter informados, garantindo que as pessoas saibam do andamento do conflito e permitindo que se protejam.
Além disso, o jornalismo possibilita que o público reflita sobre o que foi divulgado, de acordo com suas próprias opiniões e crenças. Sendo também um meio de dar voz às pessoas, através de entrevistas ou fotografias, que normalmente não seriam ouvidas. Na obra, essa relação é retratada por meio das fotos de Lee, as quais mostram a extensão da guerra civil e suas vítimas, sendo essa sua forma de dar voz às pessoas. Fora da ficção, o fotojornalismo é capaz de produzir o mesmo efeito, é o caso de fotos como Kim Phuc Phan Thi, conhecida também como “Garota Napalm”, uma das fotos mais famosas sobre a Guerra do Vietnã. A foto expôs o horror causado pelo conflito, além de fazer o mundo ouvir suas vítimas através de imagens chocantes. É através desses meios que o jornalismo permite que temas de interesse público sejam discutidos na sociedade.

Portanto, em Guerra Civil, vemos a sociedade norte-americana colapsar, dando à imprensa um papel de maior importância, à medida que vemos os jornalistas receberem uma espécie de “passe livre” para avançar pelo país, o que pode representar um reconhecimento da importância desse trabalho. Apesar de o longa se passar no futuro, sua datação é imprecisa, o diretor opta por manter uma certa atualidade, algo que remete a tensões políticas ainda existentes, e permite ao público se lembrar de episódios que marcaram a história da democracia, como o ataque ao Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2021. O filme também é um lembrete das contribuições do jornalismo para a sociedade, mesmo em épocas que a profissão sofre constantes ataques de líderes mundiais.
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